Polícia Civil de São Miguel do Iguaçu localiza proprietários de motos furtadas no Paraguai e faz alerta sobre veículos adulterados

No último dia 7 de abril, a Polícia Civil de São Miguel do Iguaçu realizou a devolução de diversas motocicletas furtadas no Paraguai a seus legítimos proprietários. Os veículos foram recuperados pela Polícia Militar durante abordagens de rotina na cidade, e a partir daí, iniciou-se um trabalho de investigação e identificação dos donos com apoio das autoridades paraguaias.

De acordo com a Polícia Civil, é comum que motos furtadas ou roubadas no país vizinho entrem no Brasil com placas falsas e sinais identificadores adulterados, como chassi e motor. Essas adulterações visam burlar a fiscalização e permitir que os veículos circulem livremente, muitas vezes sendo vendidos por preços atrativos a compradores desavisados.

A delegacia de São Miguel do Iguaçu alerta, o simples ato de adquirir uma moto com procedência duvidosa pode levar a sérias consequências criminais. Quem compra, transporta, oculta ou utiliza um veículo com sinais adulterados pode ser enquadrado por receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, conforme prevê a Lei 14.562/2023.

Essa legislação, em vigor desde abril de 2023, alterou o artigo 311 do Código Penal e aumentou a pena para adulteração de sinais identificadores: agora, a reclusão varia de 4 a 8 anos, além de multa. Já o crime de receptação pode resultar em pena de 1 a 4 anos de prisão. Se somados, os dois crimes podem levar o envolvido a cumprir até 10 anos de reclusão, dependendo das circunstâncias e antecedentes do autor.

Outro ponto destacado pela polícia é que muitos desses veículos, principalmente os com placas paraguaias, possuem restrições no país de origem. Graças à integração das forças policiais do Brasil e do Paraguai, é possível acessar essas informações com agilidade, o que tem resultado em prisões frequentes de pessoas que circulam com motos furtadas muitas vezes sem habilitação.

A orientação é clara: não compre veículos de origem duvidosa. O baixo custo pode parecer vantajoso, mas o prejuízo futuro seja pela perda do bem, multas ou até prisão não compensa.

“Fazemos um apelo à população: evitem comprar motos muito abaixo do valor de mercado, principalmente com placa estrangeira. Se a oferta parece boa demais, desconfie. O barato pode sair muito caro”, alerta o delegado da Polícia Civil Walcely Almeida.

A Polícia Civil segue trabalhando para coibir esse tipo de crime transnacional e reforça que denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 197.